O número de academias vai diminuir e o número de pessoas buscando atividade física vai crescer.

Você está preparado para essa grande oportunidade?

Esta semana a Forbes Brasil publicou o ranking de bilionários em 2020 no país. Para espanto de muitos, não o meu, a lista contém 33 nomes inéditos, ou seja, 33 novos bilionários. Imagine então a quantidade de novos milionários!

Quando digo, não o meu, quero dizer que nunca me deixei afetar pela máxima de que o Brasil está quebrado e que os investimentos deixaram de existir. Quem está atento à economia e a movimentação do mercado consegue entender de forma clara que há uma mudança no fluxo do dinheiro e aonde ele tem se alocado. O dinheiro sempre esteve aqui. Ele nunca saiu. Pelo contrário. Já ouviram aquele ditado, “dinheiro chama dinheiro”? Portanto, o que acontece de fato é que o dinheiro flutua, muda de mãos e muda de setores.

Não vou falar aqui dos bilionários, nem do recorde de faturamento da Porsche no Brasil, do aumento do turismo de luxo, que já está esgotado no país para os próximos meses, tampouco do crescimento extraordinário do mercado imobiliário nos imóveis de alto padrão. Ambos, fenômenos ocorridos durante a pandemia.

Mesmo em meio à crise mundial consequente da pandemia e a instabilidade política do país, com inflação, desemprego e retração no PIB, o capital segue à disposição e como num jogo de xadrez, fica com ele quem escolhe os movimentos corretos. E para isso, claro, há que se ter muito conhecimento deste tabuleiro que é o nosso mercado.

Na mesma matéria, a Forbes lista num top 10, os nomes que mais faturaram no ano. Dentre os segmentos destacados, sempre ele, o mercado financeiro e de investimentos figuram entre as primeiras posições. A tecnologia, naturalmente, começa a ser um forte competidor nas listas de lideranças de mercado no mundo todo e aparece no ranking. Agora, sem dúvida, o que chama muita atenção neste novo estudo da Forbes é justamente a força com que o segmento do varejo vem crescendo, atingindo números cada vez mais impressionantes.

Luiza Trajano e Ilson Mateus, ambos do setor do varejo, além de Luciano Hang, fecham a lista dos 10 que mais faturaram em 2020 atingindo mais de 60 bilhões de reais só este ano.

Mas o que isso quer dizer?

A primeira coisa a se observar é: qual é o perfil do consumidor que o mercado de varejo, especialmente destas empresas que figuram o ranking, atinge?

Eletrodomésticos, no caso da Magazine Luiza e alimentos, produtos de higiene e limpeza e mercearia, no caso do Grupo Mateus, são empresas que têm como clientes a maior parte da população brasileira. O perfil é do cidadão de renda inferior, que prioriza o básico.

É inegável que com as medidas de auxílio do governo, não entrando no mérito se foram suficientes ou se foram aplicadas da forma correta, aqueceram este mercado.

O dinheiro empregado no auxílio de famílias em todo o país sairia da mão do consumidor de qualquer maneira. E iria parar em algum lugar. Estes gestores tiveram a visão de transformar este dinheiro que entrou na praça de forma emergencial, em receita extra. Mas se você pensa que para isso, bastou que estes empresários abrissem as portas dos seus negócios e “voilá”, lá estariam os consumidores sedentos para comprar?

Negativo. Há todo um trabalho de “bastidor” por trás destes resultados. Até porque existem inúmeras empresas do mesmo segmento que não obtiveram o mesmo resultado e existem àquelas que no mesmo período, quebraram.

Basta prestar atenção em como estes nomes se posicionam no mercado. Quantas vezes, só esse ano, você ouviu falar no nome da Luiza Trajano e em tudo o que a Magazine Luiza tem investido para se reinventar? Não foram poucas. Se você não ouviu, meu conselho é que repense no que está consumindo em matéria de notícia. Ela é simplesmente a única mulher na lista do ranking dos 10 mais ricos elaborada pela Forbes.

Com isso, ela leva o posto de mulher mais rica do Brasil.

Outra questão que chama a atenção neste artigo é que 3 nomes dessa lista são do setor de bebidas.

Durante a pandemia tivemos um aumento de 37% de vendas de bebidas alcoólicas por parte das distribuidoras e 27% nas lojas de conveniências e supermercados em todo o território nacional. O que isso sugere? As pessoas, em confinamento, recorreram à bebida como fonte de lazer e “relaxamento” em detrimento ao cenário.

Essa é a deixa para eu colocar “lenha na fogueira” do nosso mercado, o mercado fitness, diretamente ligado à saúde e bem-estar.

Recebi, nos últimos meses, pedidos de socorros dos quatro cantos do país, por parte de gestores de academias prestes a fecharem as portas. Muitos atribuindo seus fracassos à pandemia. É evidente que não podemos ignorar os efeitos deste acontecimento que de fato, pôs em apuros muita gente, mas, a questão aqui é como você reagiu ou reage a este momento.

O dinheiro está aí, e minha citação à matéria da Forbes comprova isso. Outro exemplo é que pessoas têm preferido gastar seu dinheiro em prazeres momentâneos e buscado refúgio em alternativas paliativas. Por isso, volto a destacar o crescimento do setor de bebidas alcoólicas, que não trarão mais benefícios à vida de uma pessoa que já está estressada, ansiosa e sem perspectiva. Já o investindo em saúde, exercício e em melhora na qualidade de vida, são mais que prazer momentâneo, são bens duradouros e até permanentes.

Mas por que o consumidor não foi atrás da segunda opção? Creio que o mercado falhou ao mostrar a ele que o seu produto é mais valioso em todos os sentidos.

Nunca, em muito tempo, as pessoas buscaram tanto por medidas que reduzissem a ansiedade, o stress e até a depressão.

Nunca o produto que vendemos pôde ser tão valorizado. Exercício físico. Endorfina, serotonina, saúde! Resumimos, vendemos felicidade!

Nós, do segmento fitness, temos que entender o poder do que temos nas mãos como ferramenta. E o “produto final” que entregamos aos nossos clientes. Lembre-se que estamos voltando às atividades agora e que temos muito trabalho pela frente.

Este artigo mostra que o dinheiro está circulando, em diferentes mãos, é verdade, e que depende muito da visão do gestor do negócio para que este mesmo dinheiro que está disponível, passar a quem souber se fazer dele de forma arrojada, inteligente e inovadora.

Nos próximos anos, haverá, no meu ponto de vista, um crescimento significativo de consumidores buscando os nossos serviços, e acredito que estes números crescerão como nunca. Acredito que o crescimento do setor Personal Trainer vai simplesmente explodir, e a mão de obra do profissional de Educação Física será muito mais valorizada. E estudando outros mercados, acredito também na aceleração do crescimento dos negócios de nicho em todo o país.

Dito isso, a minha recomendação para você, que é empresário de uma academia e que trabalha há anos no mesmo modelo de negócio, é que você perceba a grande oportunidade que tem nas mãos com a mudança de comportamento de consumo no nosso segmento, e com a possibilidade de criar novos negócios voltados para esse cliente que “ainda não é consumidor de atividade física”.

Além do atendimento dentro da sua academia, busque oportunidades, como: (1) atendimento on-line, e a partir do on-line, a criação de (2) conteúdo off-line. (3) atendimento personalizado, onde o seu cliente contrata o Personal Trainer que vai atendê-lo em casa, na sua academia. Ou seja, você é o dono do serviço de Personal Trainer. Desta forma, acredite, você ajudará ainda mais no fortalecimento do setor. (4) atendimento personalizado para condomínios (academias e piscinas). (5) assessorias esportivas (bike, corrida, natação, skate, patins, escalada, etc), afinal, após tanto tempo de confinamento, certamente o mundo vai migrar com força para o treinamento outdoor. (6) metodologias de treinamento para outras empresas (como exemplo, o método Gustavo Borges). (7) atendimento personalizado para pequenos grupos dentro da sua academia.

Mas, o “pulo do gato” é compreender que será necessária a criação de “uma nova proposta de valor” em todos esses serviços, elevando o nível de qualidade na entrega, preocupando-se com a experiência e com os resultados dos seus clientes. Preocupe-se também com a qualidade de vida e remuneração dos seus funcionários e seja um grande aliado dos profissionais de educação física. Só assim você poderá praticar preços superiores.

Lembrando que, para cada um desses novos serviços, é necessário pensar como um novo negócio, um novo CNPJ, uma nova estratégia, um novo centro de custos, uma nova meta, uma nova equipe. Diversifique seu público-alvo, invista pesado em marketing e em tecnologia, faça uma coisa de cada vez, e assim, tenha muito mais faturamento, mais clientes, e lucre muito mais.

Luiza Castanho, criadora da Maior Comunidade de Academias High Ticket